terça-feira, 26 de julho de 2016

JORNAL DIGITAL 26 DE JULHO DE 2016


O jornal digital é remetido semanalmente por e mail, com notícias da atuação do vereador, seguindo a linha de transparência que pauta o mandato. 
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segunda-feira, 25 de julho de 2016

AUDIÊNCIA 11 07 16 - CEE OCUPAÇÃO DO SOLO NO ENTORNO DO AEROPORTO LEITE...



Após as Audiências Públicas realizadas na Câmara Municipal, o vereador Beto Cangussu levou a Comissão Especial de Estudos sobre parcelamento, uso e ocupação do solo no entorno do Aeroporto Leite Lopes, às comunidades vizinhas ao aeroporto. 

No dia 11 de julho de 2016, a Audiência Pública que teve o tema: “Aspectos Sociais, foi realizada na Comunidade São Lázaro, no bairro Jockei Club. 

A Audiência Pública contou com as presenças do vereador Beto Cangussu (presidente da CEE), do vereador Rodrigo Simões, da Carla Roma, Assistente Social da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, do Marcos Valério Sérgio um dos lideres do Movimento Pró novo Aeroporto, da Dra. Elaine Cantolini e José Orlando Lippi assessores do vereador André Luiz da Silva e de inúmeros moradores da região.

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO VEREADOR BETO CANGUSSU


O jornal do mandato do vereador Beto Cangussu é editado semestralmente com notícias da atuação do vereador, seguindo a linha de transparência que pauta o mandato. Se você quiser receber o Jornal mande seu e-mail para betocangussu@camararibeiraopreto.sp.gov.br
Para ler no formato digital     

AUDIÊNCIA 27 06 16 - CEE OCUPAÇÃO DO SOLO NO ENTORNO DO AEROPORTO LEITE LOPES.

VEREADOR BETO CANGUSSU NA QUERMESSE DA PARÓQUIA SÃO PEDRO NO IPIRANGA


O vereador Beto Cangussu e família estiveram prestigiando a quermesse da Paróquia São Pedro, no Ipiranga, sábado dia 23 de julho de 2016.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

INFORMATIVO FPA - FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO

21 DE JULHO DE 2016 | ANO 01 - EDIÇÃO 21
FPA lança coleção de livros sobre a América Latina
A Fundação Perseu Abramo realiza na sexta (29/7), das 19h às 22h, em sua sede, em São Paulo, o ato de lançamento da coleção Nossa América Nuestra. O evento é aberto ao público e terá transmissão ao vivo pela tevêFPA, no portal da fundação. Leia mais




Temer está entre os presidentes mais impopulares aos dois meses de mandato

No último final de semana, 16/7, o Datafolha divulgou sua primeira pesquisa de avaliação do governo interino. Temer está entre os presidentes com menores taxas de aprovação aos dois meses de governo, da série histórica medida desde 1987. Confira também, na edição 15, a renúncia de Eduardo Cunha.





Varejo tem maior queda para maio desde 2001

Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em maio as vendas no varejo restrito apresentaram queda de 1,0% na comparação mensal. Este resultado foi o pior para o mês de maio desde o início da série histórica. E, na edição 383, inflação desacelera para 0,35% em junho.

Segue impasse sobre a Venezuela no Mercosul

Na última segunda-feira, representantes da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai reuniram-se em Montevidéu, num encontro informal para discutir a transmissão da presidência pro tempore do Mercosul para a Venezuela. O impasse teve início com as pressões do Paraguai e do Brasil.






Previdência rural: entre o direito e a reforma

Nota técnica do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea) discute a posição econômica ortodoxa adotada pelo governo brasileiro nos últimos anos e a relação do ajuste fiscal com o chamado “déficit da Previdência Social”, que reapareceu no debate público como o principal responsável pelo déficit primário do governo. Na edição 331, análise do Nexo sobre a regressividade do sistema brasileiro.




A falácia do rombo
na Previdência
Foro de São Paulo ocorre em meio a contraofensiva neoliberal
Enfraquecer um sistema justo e solidário interessa ao mercado financeiro, ávido em desmoralizar o modelo público para então vender de planos privados.
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O XXII Encontro do FSP realizado em San Salvador aponta para aprofundamento das mudanças no continente ampliando a democracia e a participação popular.
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BOLETIM DE POLÍTICA E OPINIÃO PÚBLICA - FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO

Ano 1 - nº 16 - de 14 a 20/7/2016

Temer está entre os presidentes mais impopulares aos dois meses de mandato
No último final de semana, 16/7, o Datafolha divulgou sua primeira pesquisa de avaliação do governo interino. Temer está entre os presidentes  com menores taxas de aprovação aos dois meses de governo, da série histórica medida desde 1987. Quando Collor assumiu, em março de 1990, sua avaliação positiva era de 71%, segundo o Datafolha, e, dois meses depois, o Ibope registrava 17% de aprovação, cinco pontos acima do resultado obtido agora, com o mesmo tempo de mandato, pelo governo interino.


Com dois meses de mandato, em fevereiro de 1992, o governo Itamar obtinha 36% de avaliação positiva, segundo o Datafolha. Já o primeiro governo de Fernando Henrique, há dois meses, em março de 1995, gozava de avaliação positiva de 39%, segundo o Datafolha, e 41%, segundo o Ibope. E, depois de dois meses do 2o mandato, em fevereiro de 1999, obtinha 21% de avaliação favorável, segundo o Datafolha, e 22%, em março, medido pelo Ibope.

O ex-presidente Lula, no mesmo período do 1o mandato, em março de 2003, tinha avaliação positiva de 43%, segundo o Datafolha e 51% segundo o Ibope. No mesmo período no 2o mandato, em março de 2007, Lula mantinha a avaliação positiva majoritária, com 48% de avaliação entre ótimo e bom, segundo o Datafolha, e 49%, segundo o Ibope.

Em março de 2010, com dois meses de mandato, Dilma tinha 47% de avaliação ótima/boa, segundo o Datafolha, e alcançava o recorde para o período, segundo o Ibope, com 56%. Já no segundo mandato, com dois meses governo, sua aprovação era de 13%, pelo Datafolha.

Qualquer comparação entre o segundo mandato da presidenta Dilma e o desempenho do governo golpista deve levar em conta o cerco midiático que sofreu aquele, dentro da estratégia golpista, em relação ao amplo apoio que este tem tido por parte dos meios de comunicação.

A avaliação positiva do governo Temer é de 14%, similar à que a presidente eleita Dilma Rousseff tinha o final de seu mandato – 13%. A avaliação negativa caiu em relação ao último período Dilma, e um terço da população (31%) avalia Temer como ruim ou péssimo. Predomina, segundo a pesquisa, a avaliação regular para a maior parcela, 42%. Há ainda 13% que não souberam ou não quiseram opinar sobre o governo de Temer, taxa que caiu significativamente desde as primeiras pesquisas. No entanto, 33% afirmaram não saber o nome do atual ocupante do cargo de presidente da República (65% sabem que é Michel Temer).
O governo ilegítimo alçado por um golpe apoiado pelos setores com mais recursos, como a direita reacionária, o capital financeiro e com amplo apoio da mídia, obtém na prática resultado efetivo semelhante ao que o governo usurpado tinha. Os problemas que o governo legítimo enfrentava e se preparava para enfrentar, como a recessão econômica, o desemprego e a alta taxa de juros, o governo golpista não tem estratégias para vencer e, segundo os economistas, só serão dissipados a partir de 2017.

O apoio ao impeachment, que antes da votação na Câmara, em março de 2016, era de 68%, caiu até agora 10 pontos percentuais, para os atuais 58% a favor do afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff. A despeito da queda do apoio, cresce a perspectiva de que a presidenta Dilma venha a ser afastada de fato, e o golpe se consolide (de 43%, em abril, para atuais 71%).

Um golpe que tem como seu conteúdo uma lista de ministros envolvidos em corrupção, investigados pela Lava-Jato ou que tentam obstruir sua investigação; expectativa de aumento impostos; cortes em gastos sociais como o SUS, Fies, Minha Casa Minha Vida; promessas de reformas da Previdência Social, com redução de direitos trabalhistas e aumento da idade mínima para aposentadoria; e privatizações de setores públicos considerados estratégicos como a Petrobras, Caixa, companhias de energia e o setor aéreo revelam a quem serve o golpe. Temer tem aprovação acima da média entre os mais ricos (23%), entre os que têm preferência partidária pelo PSDB (38%), até maior do que entre os que preferem o partido do vice interino Temer, PMDB (27%). Já entre os simpatizantes do PT, a reprovação ao peemedebista chega a 45%.

A pesquisa do Datafolha foi duramente criticada e acusada de cometer fraude jornalística e manipular dados para tentar alavancar a popularidade de Temer, ao afirmar em manchetes que 50% da população seria a favor da permanência do usurpador no mandato, ao não colocar em sua pergunta a alternativa de novas eleições.

Contatado por Glenn Greenwald, jornalista do veículo britânico Intercept, o Datafolha afirmou que foi a Folha, e não o instituto de pesquisa, quem estabeleceu as perguntas a serem colocadas. Reconheceu o aspecto enganoso na afirmação de que 3% dos brasileiros querem novas eleições, já que essa pergunta não foi feita aos entrevistados e que alegar que 50% dos brasileiros querem Temer como presidente seria impreciso. A pesquisa também mediu o desempenho do presidente interino Michel Temer por meio de nota de zero a dez e a média obtida foi quatro. Quanto ao principal problema do país, a corrupção continua despontando no ranking, ainda que tenha caído cinco pontos percentuais (de 37% para 32%) em relação à última rodada, em março. A saúde manteve-se em segundo, com a mesma taxa (17%), empatando com o desemprego, que oscilou dois pontos para cima, de 14% para 16%, enquanto principal problema do país.

* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de sua autora,
não representando necessariamente a visão da FPA ou de seus dirigentes.

BOLETIM DE ANALISE DE CONJUNTURA - FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO


JULHO DE 2016 | ANO 01 - EDIÇÃO 05

Desde a posse do governo interino, alguns ministros têm expressado a intenção de alterar a orientação da política externa brasileira no tocante às negociações comerciais internacionais. Esta linha tem aparecido com frequência nos discursos do senador José Serra, que ocupa provisoriamente o Ministério das Relações Exteriores. Em outro exemplo, o ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior anunciou que o Brasil estaria supostamente interessado em se somar às negociações do Acordo sobre Comércio de Serviços (TiSA). Este anúncio aconteceu em evento promovido pela Confederação Nacional da Indústria que, na ocasião, divulgou um documento com avaliações e prioridades para a agenda internacional, que inclui a participação do Brasil no TiSA entre elas. Leia mais

Esta seção do boletim tratará os seguintes pontos: a agenda política de privatizações do governo golpista; suas investidas para manter sua base de apoio e o acordo para salvar Cunha; e a defesa da presidenta Dilma no Senado e os ritos do impeachment. Leia mais

Como apontamos nos boletins anteriores, continua a tendência à submissão da área social à questão fiscal, em um contexto de desaceleração da crise econômica, porém, com deterioração acelerada do mercado de trabalho. O agravante nesse momento é que começam a aparecer nas estatísticas (além dos dados para o mercado de trabalho) os efeitos sociais do ajuste fiscal adotado desde o início de 2015 e, justamente agora, em que há maior vulnerabilidade, a prioridade parece ser rever as políticas sociais, deixando os que precisam desamparados. Leia mais

Na edição de julho, os tópicos analisados foram o nível de atividade, comércio exterior, política monetária e inflação e indústria. Dando continuidade aos boletins de conjuntura anteriores, foram consideradas informações mais recentes divulgadas por instituições oficiais de acompanhamento da atividade econômica. Destacamos aqui dados oriundos da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Banco Central do Brasil (BCB) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Leia mais

O processo de urbanização brasileiro excluiu o acesso a moradia digna para parcela da população. Componente importante do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, o Programa Minha Casa Minha Vida, implementado nos governos Lula e Dilma, surgiu com objetivo de reduzir o déficit habitacional ao facilitar a obtenção de moradia para as famílias de baixa renda. O presente estudo traz uma reflexão sobre o alcance do programa nas regiões geográficas brasileiras. Leia mais

Os três maiores jornais de circulação nacional seguem unidos na defesa do ajuste fiscal, da extinção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e do projeto de privatizações. Ao mesmo tempo, o jornal O Estado de S.Paulo mantém em seus editoriais o discurso do ódio contra o PT, ao passo que a Folha de S.Paulo abre eventual espaço para o contraponto em relação aos abusos do Judiciário e ao resultado da perícia do Senado a respeito das “pedaladas fiscais”. O Globo abertamente faz matérias favoráveis ao governo interino. Leia mais



terça-feira, 19 de julho de 2016

JORNAL DIGITAL 19 DE JULHO DE 2016


O jornal digital é remetido semanalmente por e mail, com notícias da atuação do vereador, seguindo a linha de transparência que pauta o mandato. 
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BOLETIM DE CONJUNTURA INTERNACIONAL - FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO

Ano 3 - nº 51 - 15 de julho de 2016


Segue impasse sobre a Venezuela no Mercosul
Na última segunda-feira, representantes da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai reuniram-se em Montevidéu, num encontro informal para discutir a transmissão da presidência pro tempore do Mercosul para a Venezuela. O impasse teve início com as pressões do Paraguai e do Brasil. O Paraguai está na linha de frente das posições mais duras contra o governo de Nicolas Maduro, reclamando a aplicação das cláusulas democráticas tanto no Mercosul, quanto na Organização dos Estados Americanos (OEA). A posição, em parte, é uma reação à então decisão do Mercosul em 2012, ocasião na qual o Paraguai foi temporariamente suspenso devido ao golpe de Estado contra o presidente Fernando Lugo e à ruptura da ordem constitucional. O fato foi fundamental para a adesão plena da Venezuela como país membro, já que, na época, a maioria conservadora do Senado paraguaio vetara a incorporação do novo sócio.
No caso do Brasil, o chanceler interino defende o adiamento da transferência da presidência rotativa até agosto. A justificativa apresentada é que naquele mês vai vencer o prazo (acordado em 2012) para que a Venezuela adote uma série de normativas do bloco, sobretudo na área comercial. A rigor as duas medidas não estão relacionadas. Não há nenhuma sanção prevista se as normas não estiverem plenamente internalizadas dentro do tempo inicialmente estipulado. A internalização das normativas do bloco nos próprios membros fundadores é problemática, lenta e de baixíssimo conhecimento público. Embora Serra tenha apenas pedido o adiamento e não tenha se aprofundado nas consequências caso o prazo para a adequação normativa não seja cumprido, tal fato alimentaria as pressões políticas contra a Venezuela no Mercosul.
O Uruguai defende a manutenção das regras e a transferência da presidência para a Venezuela ainda neste mês de julho. O governo argentino expõe suas divisões internas, na medida em que a perspectiva da chanceler Susana Malcorra, semelhante à do governo uruguaio, foi suplantada pela posição de Macri, mais alinhada com o Brasil.
Na reunião da última segunda-feira em Montevidéu os países mantiveram suas posições e nada foi decidido. Uma nova conversa deve ocorrer nesta quinta-feira. 
Em âmbito hemisférico, a ofensiva contra a Venezuela não é nova, sobretudo por parte dos EUA. Contudo, tiveram pouca ressonância ao longo dos anos 2000, no bojo do fortalecimento de uma série de iniciativas regionais autônomas por parte dos governos de esquerda da região - como a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Com a vitória da oposição nas eleições parlamentares na Venezuela e o aprofundamento da crise econômica, política e social no país, com a reorientação da política externa para a integração a partir da vitória de Macri na Argentina e do golpe no Brasil, o cenário atual é muito mais delicado. O impasse no Mercosul se soma às iniciativa no âmbito da OEA e indicam pressões crescentes para isolar o governo Maduro. Paralelamente, a Unasul auspicia uma tentativa de diálogo entre governo e oposição, com mediação dos ex-presidentes José Luis Rodríguez Zapatero (Espanha), Martín Torrijos (Panamá) e Leonel Fernandez (República Dominicana). Há alguns acenos da oposição à possibilidade de diálogo (especialmente de setores social democratas mais simpáticos a Zapatero), mas há também divisões internas na Mesa de Unidade Democrática, que como um todo ainda não se mostrou comprometida com a iniciativa.
* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de sua autora,
não representando necessariamente a visão da FPA ou de seus dirigentes.

BOLETIM DE POLÍTICA E OPINIÃO PÚBLICA - FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO


Ano 1 - nº 15 - 15 de julho de 2016

A renúncia de Eduardo Cunha
Na última quinta-feira, dia (7/7), o então presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, renunciou à presidência da casa. Afastado em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tendo inclusive seu mandato suspenso, Cunha é investigado na Lava-Jato e réu no STF pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, sob acusação de ter recebido US$ 5 milhões em propina. Além disso, já foi denunciado por esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal, investigação que também inclui os nomes de Fábio Cleto, ex-vice-presidente do banco, e do ex-ministro e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves. Cunha já teve relatório a favor de sua cassação aprovado no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, mas tenta recorrer e manobrar na Comissão de Constituição e Justiça para anular a votação. Além de si próprio, o deputado afastado também encara uma série de delações e denúncias envolvendo sua esposa e sua filha, que teriam se beneficiado das propinas recebidas por ele. Sua esposa, Cláudia Cruz, é ré na Lava Jato, e, por não ter foro privilegiado, tem sua denúncia nas mãos de Sérgio Moro.

A renúncia de Cunha, ao mesmo tempo que é impactada pelo governo golpista, também tem impacto sobre ele. Sendo um dos principais articuladores políticos em Brasília, como um dos líderes do golpe e possuidor de uma bancada própria de deputados cujas campanhas ajudou a financiar, teve sua situação acompanhada de perto pelo Planalto nas últimas semanas. Sua influência no Legislativo ainda é grande, e o estado de paralisia visto na Câmara nos últimos meses, com poucas sessões sendo abertas e um ritmo de votações bem menor do que tinha antes, é pouco produtivo para o governo Temer, que deseja passar cada vez mais pautas entreguistas e neoliberais devido ao seu caráter provisório. Preocupava ao Planalto o risco de retaliação da bancada de Cunha, cuja maioria pertence ao “centrão”, bloco que reúne deputados conservadores de diversos partidos que integram bancadas como a ruralista, evangélica e da bala. Tal vingança poderia causar atraso e danos na aplicação da agenda do golpe, sacrificando a governabilidade do usurpador Temer.

Além da ameaça de represália dentro do Legislativo, preocupava ainda mais ao Planalto, como veiculado na imprensa nas últimas semanas, a possibilidade de Cunha fazer delações e expor diretamente Temer e seus comparsas à Justiça e à mídia. Tal risco se deve ao fato de que, ao perder seu cargo, mandato e podendo ser preso e ver sua família indo pelo mesmo caminho, Cunha se considerasse abandonado após liderar o golpe na Câmara, levando Dilma ao afastamento e alçando Temer à presidência. Com isso, passou a ser mais interessante e essencial para o governo ilegítimo tentar salvar a pele de Cunha do que abandoná-lo. Segundo a imprensa, há uma tentativa de acordo em curso, que envolve a renúncia, para destravar a Câmara, e a preservação do mandato parlamentar do ex-presidente da Câmara, para manter seu foro privilegiado. Dessa forma, o governo ilegítimo segue com a agenda neoliberal do golpe, e Cunha tenta adiar sua prisão, que ficaria nas mãos do STF.
A eleição para a presidência da Câmara
Na quarta-feira, dia 13/7, a Câmara dos Deputados decidiu em nova eleição que Rodrigo Maia (DEM-RJ) terminará o mandato de Cunha como presidente, até fevereiro de 2017. Foi uma disputa pulverizada, com  13 candidatos, sendo os mais votados no primeiro turno: Rodrigo Maia (DEM, 120 votos), Rogerio Rosso(PSD, 106 votos), Marcelo Castro (PMDB, 70 votos) e Giacobo (PR, 59 votos). Embora o Planalto tenha tentado trabalhar por um nome de consenso entre o “centrão” e a antiga oposição (PSDB, DEM, PPS e PSB), a disputa entre ambos deu o tom da eleição.  No “centrão”, foram sete candidatos, enquanto a antiga oposição fechou matéria em torno do candidato do DEM. Embora Rogério Rosso (PSD-DF), nome forte do “centrão” que presidiu a Comissão Especial do Impeachment na Câmara tenha sido considerado favorito, no segundo turno foi derrotado de maneira acachapante. O resultado da disputa entre os dois golpistas foi de 285 votos para o candidato do DEM e 170 para Rosso, uma diferença de mais de 100 votos.

O PT, em reunião realizada entre a bancada e a Direção Nacional, definiu que nenhum voto seria dado para deputados que votaram a favor do golpe, contrariando os boatos veiculados na imprensa de que apoiaria o candidato do DEM para enfraquecer o Centrão. Fechou matéria, portanto, em torno do candidato oficial do PMDB e ex-ministro da Saúde do governo Dilma, Marcelo Castro (PMDB-PI), que contrariou as alas golpistas de seu partido e não votou pelo impeachment, sendo um dos 140 que tentaram barrar o golpe. Desafeto de Cunha e de Temer, Marcelo foi o terceiro colocado no pleito. No segundo turno, a bancada petista foi liberada para votar sem orientação partidária ao passo que a ausência de uma candidatura democrática e contrária o golpe não se fazia presente. A fragmentação vista na esquerda também foi decisiva para o resultado da eleição, ao passo que os 3 candidatos apoiados por PT, PCdoB e PSOL, se somados, garantiriam o segundo-turno e a derrota do Centrão logo no primeiro pleito.

A vitória de Rodrigo Maia representa a derrota do “centrão” e de Cunha, que demonstraram ter um poder de fogo menor do que o esperado e uma fragmentação excessiva, expressa no número de candidatos e na dificuldade de fechar a posição em torno do candidato mais forte. No entanto, também coloca a Câmara dos Deputados nas mãos de um dos partidos mais conservadores do período republicano, oriundo da Arena, partido do regime militar, e do PFL, partido das grandes oligarquias por todo o Brasil.
Embora qualquer derrota de Eduardo Cunha e seu grupo político seja bem vinda, o poder de pautar uma Casa Legislativa nas mãos do partido mais à direita coloca ainda mais força sobre a agenda do golpe, colocando em risco o Estado brasileiro e a população, com a implementação de medidas entreguistas, neoliberais e que colocam cada vez mais sob ameaça o legado de melhoria das condições materiais das classes populares vista nos governos petistas de Lula e Dilma.

* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de sua autora,
não representando necessariamente a visão da FPA ou de seus dirigentes.