BETO CANGUSSU:
História de luta e coerência no que pensa e no que faz!
"É a defesa dessa história, que não é só minha, mas de muitos companheiros e companheiras que compartilharam comigo de todas essas experiências maravilhosas de militância e de vida, que forjaram em mim uma consciência de classe, que me levou e me leva até hoje à luta incansável por justiça social, pela garantia de direitos dos mais necessitados."
Iniciei minha militância social nos anos 70 na Paróquia São Pedro
Apóstolo, no bairro Ipiranga, estimulado por meus pais, participantes ativos da
Pastoral da Família, Liturgia, daquela comunidade. Lá comecei a participar do
GGI – Grupo de Garotos e Garotas do Ipiranga, grupo que tinha a incumbência de
auxiliar o celebrante durante as missas. Esse grupo foi fundamental na minha
formação, pela importância da experiência de “vida em grupo”.
Passei também pelo GAI – Grupo de Adolescentes do Ipiranga, tempos de
adolescência, iniciando minha juventude. Um dos melhores tempos de minha vida.
Época em que os jovens do grupo se reuniam não somente para reflexões
religiosas, mas também, em eventos de confraternização e lazer, nas chamadas
“brincadeira dançantes”, realizadas semanalmente na casa de algum membro do
grupo. Tempo em que conheci uma menina/mulher maravilhosa, que viria a se
tornar o “amor de minha vida”: Marcia.
A minha participação no GAI, me levou à PAJU – Pastoral de Juventude
diocesana, como membro de um grupo específico da PAJU, que discutia o “Mundo do
Trabalho”, o GJT – Grupo de Jovens Trabalhadores. Era final dos anos 70, início
dos anos 80, época do aparecimento do chamado “Novo Sindicalismo”, iniciado na
cidade de São Paulo, com a oposição Sindical Metalúrgica, com a Nova diretoria
do Sindicatos de Bancários de São Paulo e com o novo sindicato dos Metalúrgicos
de São Bernardo do Campo, então presidido por Luis Inácio Lula da Silva. Tempos
em que pipocaram oposições sindicais em todo o Brasil, contestando o
“sindicalismo pelego” atrelado ao regime militar.
Os membros do GJT, eram oriundos de várias categorias profissionais:
metalúrgicos, marceneiros, comerciários, bancários, construção civil,
servidores públicos. Participamos e organizamos diversas oposições sindicais,
sendo vitoriosos nos metalúrgicos e marceneiros. Nessa época, consolidou em mim
o sentimento de “pertencimento há uma classe social”: A classe trabalhadora.
Concomitante à militância sindical bancária, mantinha minha militância junto às
CEBS – Comunidades Eclesiais de Base, da Igreja Católica. Assim que me casei,
fui morar no Conjunto Habitacional Avelino Alves Palma, no chamado “Complexo
Aeroporto”, conjunto de bairros vinculados à Vigararia Leste de nossa
Arquidiocese.
Lá iniciamos a construção de 7 comunidades (bairros Avelino, Quintino
Facci II e Simioni) que viria a se constituir a Paróquia Jesus de Belém, tendo
como pároco Pe Nilton Elias, também membro da Pastoral da Juventude. Como era o
início dos bairros, faltava de tudo em termos de infraestrutura. Iniciamos e
organizamos vários movimentos em busca de melhorias para nossos bairros. Essa
militância sindical e social, me aproximou da militância político partidária.
Estávamos nos anos 80, ano em que foi criado o PT – Partido dos Trabalhadores,
por três segmentos expressivos na época: O Novo Sindicalismo do ABC, Militantes
da Igreja Católica, ligados à Teologia da Libertação e Lideranças políticas
vindas de partidos clandestinos durante a ditadura militar. Em nossas reflexões
políticas, seja no movimento sindical como nos movimentos sociais, entendíamos
que não bastava apenas a organização social do povo brasileiro, seria
necessário também “ocupar” os espaços institucionais do Estado Brasileiro, para
garantir os avanços da classe trabalhadora. Daí veio a ideia das candidaturas
que representariam os movimentos que participávamos.
Em Ribeirão Preto, com o “fechamento da Igreja” para as questões sociais
(por volta de 1985) fundamos o CEDHEP – Centro de Direitos Humanos e Educação
Popular, entidade que passou a abrigar todos os movimentos sociais
progressistas que já não encontravam apoio na estrutura hierárquica da Igreja
Católica. Até este momento, uma pessoa foi fundamental na formação da
consciência crítica dos jovens da PAJU e na formação do CEDHEP: a Irmã
Salesiana Eunice Wolf – nossa “mãezona”. Com ela aprendemos a ter consciência
de classe, aprendemos sobre capitalismo e socialismo, vivenciamos a Teologia da
Libertação e a opção preferencial pelos pobres, da Conferência Episcopal de
Puebla. No CEDHEP, vivenciamos concretamente a Luta pela moradia, pela Reforma
Agrária, pelo Direitos das Crianças e Adolescentes (ECA), a formação dos
Conselhos Tutelares, A Alfabetização de Jovens e Adultos, a Luta pelos Direitos
Humanos. Em 1982 tivemos nossa primeira experiência política partidária com a
candidatura de Atílio Rossi (membro do Cedhep) , em 1988 com a candidatura
operária de Orlando Capacle (Oposição Metalúrgica) e em 1992, numa assembleia
popular, com aproximadamente 200 pessoas (membros de diversas comunidades e
movimentos) a candidatura escolhida numa votação secreta, de um representante
do segmento da Igreja Católica ligado à teologia da Libertação: Membro do
Cedhep, da comunidade Jesus Libertador (Avelino Palma) e da oposição sindical
bancária: Beto Cangussu.
Apesar da expressiva votação, ficamos como suplente, na eleição que
elegeu pela primeira vez uma administração do PT em Ribeirão Preto, com Palocci.
Participei ativamente dessa administração, como Diretor da Cetrem – Central de
triagem e encaminhamento dos migrantes, itinerantes e moradores de rua, época
em que conheci de perto a miséria humana, mas também a solidariedade entre os
mais vulneráveis; como Diretor Administrativo da Secretaria da Educação, aprendi
a conhecer com um pouco mais de profundidade o funcionamento da Administração
Pública; Em 1995 tornei-me Secretário Municipal de Assistência Social, atuando
e ajudando na articulação de políticas públicas exitosas daquela administração.
Nos três mandatos de vereador, nossa atuação sempre foi marcada pela
coerência e transparência de nossas posições, independentemente de ser situação
ou oposição, pela ênfase na defesa da ética na política e na defesa
intransigente dos interesses públicos, além da aproximação com as pautas
progressistas dos movimentos populares de nossa cidade.
A força para essa caminhada eu busco na companhia dos amigos que fiz ao
longo de minha vida, e, principalmente no meu porto seguro, que é a minha
família: Minha companheira Márcia, que meu deu uma família linda: Meus filhos
Sarah, Larissa e Luiz Roberto e minhas netas Laura, Maria Eduarda e Manuela. A
todos dedico a minha gratidão por tudo que fizeram por mim e por tudo o que
representam em minha vida.
UMA HISTÓRIA DE COERÊNCIA!
POR QUE ESTOU AQUI NOVAMENTE, CANDIDATO A VEREADOR
UMA HISTÓRIA DE COERÊNCIA!
POR QUE ESTOU AQUI NOVAMENTE, CANDIDATO A VEREADOR
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