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Ano 3 - nº 338 - 15 de dezembro de 2015
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ECONOMIA
NACIONAL E INTERNACIONAL
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Debate sobre meta fiscal de 2016 divide governo e
parlamentares: O
debate acerca da meta fiscal de 2016 e sobre como obtê-la tem
causado divisões no governo e no parlamento, que reflete as
diferenças de estratégias de saída da crise de seus proponentes. O
ministro Joaquim Levy e os defensores do atual ajuste fiscal apoiam
a proposta de manter a meta de superávit primário em 0,7%,
estabelecida na última revisão das estimativas fiscais em 2015.
Para isso, o governo precisaria contar com uma nova rodada de
cortes de gastos e investimentos, que, segundo a proposta do relator
do orçamento, poderá atingir inclusive o Bolsa Família, que teria
uma redução de R$ 10 bilhões. O governo é contrário ao corte no
Bolsa Família e aponta para a necessidade de aprovação de algumas
MPs que aumentariam a arrecadação pública, como a que aumenta o
Imposto de Renda sobre juros de capital próprio e a que finaliza a
isenção de PIS/Cofins sobre eletrônicos. Por outro lado, há alguns
congressistas e ministros que defendem a redução da meta fiscal,
dado o cenário de deterioração econômica e das receitas fiscais,
que tem obrigado o governo a recuar de suas metas por completa
impossibilidade de alcançar superávits em um momento de recessão
prolongada. Para estes, uma meta fiscal menor significaria maior
margem para o governo manter seus investimentos e alguns programas
sociais básicos, enquanto uma meta mais ousada implicará ou seu
abandono ou o corte de importantes programas para o país.
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Comentário: A discussão sobre as metas orçamentárias
em 2016 beiram um exercício de ficção. Como não se sabe se a economia
irá reagir após um ano de profunda recessão como 2015, é muito
difícil fazer promessas fiscais, uma vez que o nível da
arrecadação pública é completamente incerto. A discussão,
portanto, é simbólica e envolve unicamente a coordenação das
expectativas e a assunção, por parte do governo, de um
compromisso de perseguir um superávit primário positivo no ano
vindouro. O problema real é que o governo perdeu a capacidade de
coordenar as expectativas, uma vez que vem recorrentemente tendo
de recuar de suas ambiciosas metas, estabelecidas como exercício
de vontade por seus formuladores, mas que encontram pouco ou
nenhuma factibilidade no atual cenário econômico. Neste sentido,
seria mais vantajoso assumir um compromisso com uma meta
positiva, mas menor que o atual 0,7%, evitando a necessidade de
revisões constantes devido à quase inevitável perda de
arrecadação. Ademais, a meta fiscal não deveria ser pensada
isoladamente, como um elemento passível de definição a priori,
mas sim como parte de uma estratégia de saída da crise, apontando
as áreas em que os investimentos devem ser realizados para
promover a retomada do crescimento econômico e, portanto, da
arrecadação. A discussão orçamentária, quando feita orientada
para uma estratégia de política econômica e não somente para a
obtenção de uma meta abstrata com o objetivo de sinalizar
positivamente para o mercado, pode ser uma importante peça que
explicite o caminho que será tomado pelo governo para tirar o
país da recessão.
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AGENDA DO
DIA
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EVENTO
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HORÁRIO
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ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
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Arrecadação
Federal/Brasil
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15h
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Tesouro
Nacional
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* As opiniões aqui expressas são de inteira
responsabilidade de seu autor, não representando a visão da FPA ou
de seus dirigentes.
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