Crise
propicia ofensiva para flexibilizar direitos
Boletim de conjuntura do Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
aponta que o elevado desemprego e recessão econômica aumentam risco
de regressão na regulação trabalhista ao propiciar crescimento da
ofensiva patronal e governamental para flexibilizar direitos. Os
trabalhadores, que sofrem com o desemprego, também sofrem com a
inflação e o baixo poder de compra dos salários.
O Boletim aponta que especialmente as famílias de menor renda
sofrem com o aumento da inflação, citando pesquisa do Índice de
Custo de Vida (ICV) para o município de São Paulo. A pesquisa
divide a população em três estratos: o estrato 1 corresponde a
famílias de renda média de R$ 377,49; o estrato 2 contempla
famílias de renda média de R$ 934,17 e o terceiro estrato reúne
famílias com renda média de R$ 2.792,90. Mostra-se que o ICV
acumula alta de 8,25% entre agosto de 2015 e julho de 2016, sendo
de 9% para o estrato 1; 8,71% para o 2; e 7,85% para o 3.
O Dieese também estima mensalmente o valor do Salário Mínimo
Necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas. Em
julho de 2016, ele deveria equivaler a R$ 3.992,75, ou 4,54 vezes o
salário mínimo nacional em vigor, de R$ 880,00.
Aponta-se que é necessário um projeto nacional que retome e
transforme o crescimento econômico em efetivo desenvolvimento,
enfrentando fatores estruturais da economia brasileira e
preservando a renda e o emprego. Assim, a crise amplia o desafio
colocado para o movimento sindical: formular uma saída.
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