quinta-feira, 18 de abril de 2013


GAZETA DE RIBEIRÃO
Câmara andou mal
17/04/2013 - 20h10 - Atualizado em 17/04/2013 - 20h23
A história do “andou bem”, “andou mal” tem circulado pela boca de vereadores nas últimas sessões. Quando é aprovado algum projeto relevante, diz-se que andou bem. No contrário, aponta-se que andou mal. E na terça-feira a Câmara Municipal andou mal. Muito mal. Depois de negar parecer a um projeto do Executivo por considerar que faltou uma informação importante e aprovar um projeto que permite a transparência nos serviços de saúde, com a divulgação das filas de espera para consultas e exames, os vereadores, notadamente os governistas, “andaram mal” ao negar outro projeto que permitiria maior transparência nos gastos públicos. O projeto previa a divulgação dos gastos da Administração Pública com publicidade. Uma informação que poderia existir sem mesmo precisar de lei. Mas a atitude quase medieval dos vereadores da situação impediu que o projeto virasse lei. Uma votação que lembra resquícios da ditadura, onde tudo ficava escondido. Um desrespeito ao contribuinte, que tem direito de saber como os recursos que ele deposita na mão dos políticos é utilizado. Mas foi tratado como um reles eleitor que serve apenas para apertar botões na urna eletrônica. Na ânsia de defender o “esconderijo” dos números, os governistas tomaram a defesa do projeto como algo a proibir a propaganda. Um falso discurso, como muitos que se vê por lá. Pior. Proibiram-se o direito de fiscalizar o Executivo, principal função do Legislativo. Dá vontade de nem acreditar.

PETISTA NA DEFESA

A situação tem sido tão controversa na Câmara que a maior defesa do autor do projeto da transparência nos gastos, o vereador Maurício Gasparini (PSDB), foi o petista Beto Cangussú. E não é preciso ser letrado em política para saber que petistas e tucanos são adversários históricos. Mas foi a ameaça descabida de denúncia por falta de decoro que levou Cangussú à tribuna.

ÀS AVESSAS

Faz sentido. Além de abrir mão de fiscalizar, agora alguns vereadores querem também impedir a fala dentro do parlamento, um espaço dedicado ao debate de ideias. Assim fica mesmo parecendo que parte dos vereadores querem a Câmara como um anexo do Executivo. Isso é ruim, muito ruim para a democracia.

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