Discussão dos
projetos em pauta. (discurso proferido pelo Beto Cangussu - sessão do dia 16 de julho de 2013).
Penso que
a discussão dos projetos relacionados ao PAC da mobilidade, que
serão objeto de deliberação por esta Casa, não ocorre num cenário
ideal, em razão do prazo exíguo que temos para tal deliberação,
em razão dos prazos estipulados pelo Governo Federal para a
assinatura dos convênios. Estamos diante de uma situação que se
apresenta da seguinte forma: Se não aprovarmos tais projetos no dia
de hoje, a prefeitura não conseguirá atender a uma exigência da
União de assinar os convênios até o final desse mês de julho, e
como conseqüência, Ribeirão ficará impossibilitado de acessar os
recursos do PAC da Mobilidade.
Ao
votarmos esses projetos, não significa que teremos os recursos “no
dia seguinte”. Temos que entender que estamos num processo, como se
fosse “uma corrida de obstáculos”. Ribeirão quando apresentou a
“Carta Proposta” e foi selecionada dentre as diversas prefeituras
do País inteiro, superou o primeiro obstáculo, não significando
que já tinha a garantia da vinda dos recursos. O próximo
“obstáculo” a ser superado é a autorização legislativa para
assinatura do convênio com a Caixa Econômica Federal, o que
deliberaremos na noite de hoje. Aprovado os projetos em pauta dando
autorização para a prefeitura assinar os convênios, ainda não
significa que o dinheiro do PAC virá para Ribeirão Preto. A
aprovação significa que estaremos permitindo ao “corredor da
corrida de obstáculos”, no caso a prefeitura de Ribeirão Preto, a
continuar participando da corrida. O próximo “obstáculo” a ser
superado será a análise do Tesouro Nacional, que analisará a
capacidade de pagamento do município de Ribeirão Preto, com base na
documentação financeira e orçamentária a ser encaminhada com
projeto do PAC da Mobilidade. Somente após superar esse “obstáculo”
é que Ribeirão receberá os recursos do governo Federal por meio da
Caixa Econômica Federal. Portanto, temos que analisar os projetos em
pauta, considerando este contexto: Se vamos ou não permitir que o
município continue nessa “corrida de obstáculos”.
Antes de
decidir sobre o meu posicionamento em relação aos projetos em
discussão, procurei estudá-los e analisar as circunstâncias em que
estamos decidindo essa autorização legislativa. Não se trata
apenas dizer “sim” ou “não” a um novo financiamento, que
significa um novo endividamento, como quis demonstrar alguns órgãos
de imprensa, que estavam “colhendo” a opinião de cada vereador.
A questão não é tão simples assim. Ser vereador, não significa
apenas dizer “sim” ou “não” a determinados projetos, temos
que analisá-los sobre diversos “prismas”, inclusive, medindo as
conseqüências de sua decisão. E toda decisão comporta riscos.
Em minha
análise, procurei responder às seguintes indagações:
1º)
Contrair empréstimo, é uma boa medida do gestor público? Como
conseqüência dessa questão, existe dívida boa e dívida ruim?
2º) As
obras envolvidas no PAC da mobilidade, são benéficas para a cidade
e seus moradores?
3º)
Essas obras são as mais prioritárias, ou teriam outras obras
necessárias não contempladas?
4º) A
cidade tem condição de honrar tais compromissos assumidos junto ao
Governo Federal? Qual o potencial de nosso município?
O ideal
para chegarmos uma conclusão em relação a essas questões seria
termos tempo para analisar pormenorizadamente os projetos em
discussão. Tempo que não dispomos em razão das condições
impostas pelo Governo Federal. Temos que analisar, portanto, aqui e
agora essas questões.
Em
relação à primeira questão, diante do atual quadro orçamentário
e financeiro da prefeitura, contrair empréstimo para realização de
obras dessa natureza é uma possibilidade a ser considerada, uma vez
que, sem recursos externos, não teríamos condições orçamentárias
para a realização de tais obras.
Como
exemplo poderia citar a construção da Via norte, que só foi
possível graças a financiamento contraído na época, que pagamos
até recentemente. Não dá para imaginar o acesso aos bairros da
zona norte sem a Via Norte nos dias de hoje. Portanto, foi uma boa
dívida. Portanto, contrair empréstimos, novo endividamento, não é
ruim em si mesmo, desde que, sejam para garantir investimentos
necessários para o benefício da população.
Neste
sentido, respondemos à segunda questão: As obras relacionadas aos
projetos que estamos votando na noite de hoje, beneficiarão sem
sobra de dúvida à população de nossa cidade, principalmente no
quesito “mobilidade urbana”, ainda que, pudéssemos discutir se
todas as obras são realmente prioritárias do ponto de vista da
mobilidade, dúvida contemplada na questão de nº 3. Ocorre que, não
temos o tempo necessário para analisarmos sobre esse prisma, pois,
temos que votar hoje o projeto. O ideal seria que conhecêssemos o
Plano Municipal de Mobilidade Urbana, para analisarmos as prioridades
das obras, tempo que não dispomos nesse momento. Sobre a questão
envolvendo as prioridades das obras relacionadas nos projetos, farei
considerações logo a seguir ao analisar projeto a projeto.
A última
questão a ser respondida é sobre a capacidade do município de
honrar seus compromissos.
Acredito
no potencial de nossa cidade. Uma cidade com mais de 600 mil
habitantes, com uma das maiores rendas per capita de nosso
país, com uma economia forte e pujante, tem todas as condições de
nos próximos anos, aumentar suas receitas orçamentários em razão
de seu crescimento econômico, e com isso fazer frente aos
compromissos ora assumidos. Acredito no potencial desta cidade, essa
dívida será honrada por nossa população. Caberá a nós
vereadores, fiscalizar a aplicação de cada centavo arrecadado dos
nossos contribuintes. Garantindo uma boa execução orçamentária.
Ante a
todas as questões apresentadas, a minha tendência em relação aos
projetos apresentados, é por sua aprovação.
Aprovarei
o pacote de obras, não como alguém que está dando um “cheque em
branco” para a prefeitura. Volto a dizer que as circunstâncias
dessa discussão não é a mais favorável, pois, estamos
“espremidos” pelo tempo e pelas condições impostas pelo
cronograma do Governo Federal. Aprovo os projetos pela certeza de que
as obras ajudarão a população no futuro. Aprovo com as ressalvas
apresentadas.