terça-feira, 12 de abril de 2016

BOLETIM DE POLÍTICA SOCIAL - FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO


Ano 4 - nº 297 - 11 de abril de 2016

Dieese: mobilidade urbana e o trabalhador brasileiro
Nota técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) traz elementos para a discussão sobre mobilidade urbana, que afeta diretamente o trabalhador brasileiro.

O estudo traz uma tabela (abaixo) com as tarifas cobradas nas capitais brasileiras e os aumentos recentes. Ainda, nas comparações do custo do transporte público em várias cidades do mundo com o salário mínimo praticado em cada país, segundo o estudo, São Paulo aparece como a cidade com o gasto em transporte público mais elevado do mundo quando comparado com o valor do salário mínimo vigente na época, correspondendo a 16,95%.



Aponta-se que quase a metade dos domicílios (46%) não possui veículo motorizado próprio no Brasil e que possuir ou não veículo próprio influencia diretamente no tempo que o trabalhador consome em seu deslocamento casa-trabalho, como mostra a tabela abaixo, retirada da publicação.



Ainda, segundo a Pnad/IBGE (2012), somente 40% dos trabalhadores brasileiros recebem auxílio-transporte. Com a elevada informalidade no mercado de trabalho, esse auxílio atinge menos as parcelas de baixa renda.

O estudo discute também a gratuidade de sistema de transportes. Um argumento importante dos defensores do transporte gratuito é o de que, cada vez que aumenta a tarifa, reduz o número de usuários, o que acaba por atenuar o incremento da arrecadação objetivado pelo aumento da tarifa e um grupo menor de usuários acaba tendo que arcar com os custos do sistema. Outro motivo relevante são os custos com o sistema de cobrança: na cidade de São Paulo o custo das estruturas necessárias para cobrança das tarifas de ônibus alcança entre 20% e 22% do total. O estudo ainda mostra a falta de transparência sobre a composição e aumento dos custos, margens de lucro e peso dos salários nos custos no setor.
Para ler mais:
Os trabalhadores e o transporte público urbano rodoviário
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* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de sua autora,
não representando necessariamente a visão da FPA ou de seus dirigentes.

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