Nota técnica do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) traz elementos para
a discussão sobre mobilidade urbana, que afeta diretamente o
trabalhador brasileiro.
O estudo traz uma tabela (abaixo) com as tarifas cobradas nas
capitais brasileiras e os aumentos recentes. Ainda, nas comparações
do custo do transporte público em várias cidades do mundo com o
salário mínimo praticado em cada país, segundo o estudo, São Paulo
aparece como a cidade com o gasto em transporte público mais
elevado do mundo quando comparado com o valor do salário mínimo
vigente na época, correspondendo a 16,95%.
Aponta-se que quase a metade dos domicílios (46%) não possui
veículo motorizado próprio no Brasil e que possuir ou não veículo
próprio influencia diretamente no tempo que o trabalhador consome
em seu deslocamento casa-trabalho, como mostra a tabela abaixo,
retirada da publicação.
Ainda, segundo a Pnad/IBGE (2012), somente 40% dos trabalhadores
brasileiros recebem auxílio-transporte. Com a elevada informalidade
no mercado de trabalho, esse auxílio atinge menos as parcelas de
baixa renda.
O estudo discute também a gratuidade de sistema de transportes. Um
argumento importante dos defensores do transporte gratuito é o de
que, cada vez que aumenta a tarifa, reduz o número de usuários, o
que acaba por atenuar o incremento da arrecadação objetivado pelo
aumento da tarifa e um grupo menor de usuários acaba tendo que
arcar com os custos do sistema. Outro motivo relevante são os
custos com o sistema de cobrança: na cidade de São Paulo o custo
das estruturas necessárias para cobrança das tarifas de ônibus
alcança entre 20% e 22% do total. O estudo ainda mostra a falta de
transparência sobre a composição e aumento dos custos, margens de
lucro e peso dos salários nos custos no setor.
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