17 de Set. de 2014 às 07:15
Por falta de quórum, sessão é cancelada
MANOBRA POLÍTICA fez com que Regimento Interno tenha que esperar ao menos mais quatorze dias para ter emendas polêmicas votadas
A sessão ordinária dessa terça-feira, 16 de setembro, foi movimentada e polêmica na Câmara Municipal de Ribeirão Preto. O único projeto foi a primeira discussão do Regimento Interno da Casa de Leis, que trouxe à tona as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e Comissões Especiais de Estudos (CEEs).
Ao todo, mais de trinta emendas foram apresentadas pelos vereadores e seriam colocadas em votação. No entanto, a oposição entendeu que a base estava a negar todas as emendas e decidiu sair de cena, encerrando a sessão por falta de quórum.
No tocante às CPIs, havia uma expectativa sobre mudanças na legislação, já que atualmente o limite é de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito ao mesmo tempo, o que causa prejuízos aos vereadores e à sociedade. Algumas das CPIs, inclusive, arrastam-se há anos, sem qualquer expectativa de serem concluídas, já que não há prazo-limite para terminarem.
Durante a sessão, vários parlamentares se mostraram favoráveis às mudanças. Um deles foi Bertinho Scandiuzzi (PSDB), que apresentou uma emenda ao projeto que prevê o fim das filas na CPI. “A emenda visa facilitar um dos trabalhos mais importantes de um vereador, que é a fiscalização. Por isso, a proposta apresentada poderá permitir a criação de novas CPIs ao mesmo tempo, superando as atuais cinco. Além disso, aceitará no máximo duas novas prorrogações de tempo igual ao prazo original, que é de quatro meses, já que existem algumas CPIs paradas desde 2010”, finalizou.
Paulo Modas (PR) também se mostrou favorável a não limitação na quantidade de CPIs, através de emenda. De pronto, os pontos não polêmicos dentro do atual Regimento Interno e que não seriam alterados foram votados e aprovados por unanimidade.
Em seguida, foram discutidas as emendas apresentadas pelos vereadores.
Uma delas, proposta por Beto Cangussu (PT), presidente da CEE que resultou no novo RI, previa que todas as comissões permanentes passassem a ter cinco membros em sua composição, contudo, não foi aprovada pela maioria dos parlamentares.
Havia mais de 30 emendas em discussão e a oposição temeu que as propostas fossem rejeitadas. Ricardo Silva (PDT) foi até à tribuna e falou sobre o temor em relação às divergências políticas internas e propôs novos debates. “Essa política divergente pode jogar fora todo um trabalho, enterrando emenda por emenda”, disse. Mas os argumentos de Ricardo Silva não foram favoráveis. Assim a solicitação foi negada e os debates se acirraram.Poucas pessoas acompanharam a sessão, que teria desfecho surpreendente.
Sem saída e com medo de as emendas serem rejeitadas sem qualquer critério ou debate, parte da oposição deixou o plenário, encerrando a sessão por falta de quórum. “Eles saíram em protesto pelo fato de a base estar negando os projetos sem nenhuma discussão”, disse Beto Cangussu (PT).
Ricardo Silva se mostrou entristecido com o andamento da sessão, já que guardava expectativas de boa produtividade. “Foi um trabalho iniciado no ano passado, fruto de audiências públicas e que foi desconsiderado por parte da vereança. É uma pena. Mas em breve, esses pontos voltarão a ser discutidos. Espero que o cenário seja mais favorável”, disse.
A previsão é que os pontos polêmicos sejam analisados pelos parlamentares nas próximas semanas e que daqui a quatro sessões, eles voltem a ser discutidos e votados.
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