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Ano 4 - nº 351 - 03 de janeiro de 2016
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Dilma
defende reformas econômicas no Congresso Nacional: A presidente Dilma Roussef defendeu mudanças fiscais e
reformas estruturais em sua mensagem para a abertura do ano legislativo
no Congresso Nacional. Participando pessoalmente da solenidade, a
presidente leu um discurso longo acerca dos projetos de seu governo
para superar as dificuldades econômicas que se abatem sobre o país,
dando ênfase à reforma da Previdência Social, à necessidade provisória
de recriação da CPMF, à mudanças no ordenamento tributário (em
particular nos impostos indiretos) e à desvinculação do Orçamento da
União (DRU). Além disso, a presidente enfatizou a necessidade de
controles do gasto público, melhorando a avaliação de seus efeitos e
aumentando a eficiência do governo. Para aprovar as medidas propostas,
a presidente pediu a realização de um diálogo aberto com o Congresso e
com a sociedade, superando os obstáculos de cunho estritamente
ideológicos e políticos.
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Comentário: O discurso da presidente Dilma ao Congresso
Nacional, fato raro na história brasileira, deixa claro que o governo
está buscando a construção de um consenso político mínimo para
avançar nas agendas de reformas e mudanças que propôs como caminho de
superação da crise. O primeiro passo, dado na semana passada, foi a
reativação do Conselhão, quando a presidente levou para
representantes de diversos setores sociais as mesmas preocupações e
propostas que defendeu ontem junto ao Congresso Nacional. A agenda
proposta pelo governo contém elementos de diferentes agendas políticas:
ao mesmo tempo que defende questões como a reforma da previdência e o
aumento da DRU (pautas apoiadas pelo PMDB e historicamente defendidas
por economistas liberais), também aponta para mudanças na estrutura
tributária para tornar o sistema menos regressivo e complexo, o que
agrada setores da esquerda e economistas desenvolvimentistas que
buscam um sistema tributário mais distributivo. Ponderado, o discurso
de Dilma parece apontar para uma tentativa de pacificação política e
sinaliza a tentativa do governo de encontrar consensos possíveis,
viabilizando as mudanças sugeridas nas futuras votações do Congresso
Nacional. O problema é que, apesar de ponderado e razoável, o
discurso e as mudanças propostas por Dilma são em sua maioria
impopulares, além de não resolverem a crise econômica no curto prazo.
Aponta apenas ajustes de longo/médio prazo, que seriam necessários
para o país mesmo se não estivesse em crise. A saída da crise
dependerá, portanto, da recriação dos laços políticos da base
governista, do sucesso das medidas de ampliação do crédito
recentemente anunciadas pela Fazenda, da dinâmica do setor externo
(que vem crescendo rapidamente) e do anúncio de medidas de estímulo
ao investimento, em particular a retomada das concessões e do
investimento público. Caso essas medidas sejam bem sucedidas e as
reformas propostas sejam aprovadas com o mínimo de consenso social e
político, o Brasil pode se recuperar rapidamente da situação em que
se encontra, revertendo sua tendência recessiva ainda nos últimos trimestres
de 2016.
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AGENDA DO DIA
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EVENTO
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* As opiniões aqui expressas são de inteira
responsabilidade de seu autor, não representando a visão da FPA ou de
seus dirigentes.
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