A desigualdade no trabalho doméstico não remunerado
no Brasil
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) discute a inserção das mulheres no mundo do
trabalho e aponta que grande parte do trabalho das mulheres é
invisibilizado.
O estudo traz interessantes estatísticas sobre
trabalho doméstico não remunerado no âmbito do domicílio, como
“arrumar ou limpar toda ou parte da moradia; cozinhar ou preparar
alimentos, passar roupa, lavar roupa ou louça, utilizando, ou não,
aparelhos eletrodomésticos para executar estas tarefas para si ou
para outro(s) morador(es); orientar ou dirigir trabalhadores
domésticos na execução das tarefas domesticas; d) cuidar de filhos
ou menores moradores; ou limpar o quintal ou terreno que circunda a
residência”.
A partir desta definição, o estudo mostra que,
em 2014, 90% das mulheres declararam realizar algum tipo de
trabalho doméstico não remunerado e apenas 51% dos homens
declararam algum envolvimento nestas atividades. As mulheres também
apresentavam jornadas de trabalho doméstico muito mais extensas do
que a deles (25,3 horas semanais, contra 10,9 horas), como mostra a
tabela abaixo.
Média
de horas semanais dedicadas aos afazeres domésticos por sexo,
segundo determinadas características pessoais ou dos domicílios –
Brasil, 2014
É bastante comum o discurso de que mulheres
trabalham menos horas do que os homens. No entanto, o estudo
confirma que, se as mulheres têm jornadas de trabalho remuneradas
menores do que as masculinas, ao se considerar o acúmulo de
trabalho para o mercado e trabalho doméstico, é possível ver
nitidamente a sobrecarga do trabalho feminino e a dupla jornada
mais intensa para mulheres.
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