O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é
uma política de crédito a estudantes de ensino superior em
Instituições de Ensino Superior privadas.
Segundo o site do programa, em 2010, o Fies passou a funcionar em
novo formato: a taxa de juros do financiamento passou a ser de 3,4%
a.a., o período de carência passou para dezoito meses e o período
de amortização para três vezes o período de duração do curso
acrescido de doze meses. Além disso, o percentual de financiamento
subiu para até 100% e as inscrições passaram a ser feitas em fluxo
contínuo durante o ano.
Artigo do início do ano de 2015, de Isabela Ferreira Duarte (PUC
Rio) e João Manoel Pinho de Mello (Insper), analisa o impacto do
Fies no valor das mensalidades. Os autores partem da hipótese de
que a existência de empréstimos estudantis pode aumentar o preço da
mensalidade.
Os autores apontam que 2010 foi de fato um ano de inflexão do
programa. A quantidade de novos empréstimos pode ser vista no
gráfico abaixo, retirado do artigo em questão, com grande aumento a
partir de 2010:
Fies
– Novos empréstimos
Assim, os autores mostram que, a partir de 2010, houve um aumento
considerável no Fies com relaxamento das regras de acesso. Tal
aumento, segundo os modelos econométricos construídos pelos
autores, levou a um aumento das mensalidades bem acima da inflação
a partir de 2010.
Abre-se assim o espaço para o questionamento da relação do Estado
com tais Instituições de Ensino privadas, na medida em que elas se
utilizam do crédito público oferecido aos alunos como forma de
aumentar receitas.
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