Deterioração
contínua do mercado de trabalho brasileiro
Carta de conjuntura do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA) aponta que, no primeiro trimestre de 2016, as
condições do mercado de trabalho permaneceram em deterioração: a taxa de
desemprego alcançou 11,2%, 3,2 pontos percentuais acima do mesmo período
do ano anterior, sendo os mais atingidos pelo desemprego os jovens entre
14 e 24 anos, como havíamos discutido em notas anteriores.
Segundo a carta, desde o último trimestre de 2015, os dados da PNAD
Contínua indicam que o aumento do desemprego foi causado majoritariamente
pela queda da população ocupada. Aponta-se também um aumento da
informalidade, com o crescimento dos trabalhadores que se encaixam na
categoria conta própria (PNAD Contínua).
A tabela abaixo mostra a evolução taxa de desemprego para diferentes
grupos demográficos, que é mais intenso no Nordeste, entre as mulheres,
os mais jovens (até 25 anos), os que não são chefes de família, com
ensino médio incompleto e nas regiões metropolitanas. No entanto,
percebe-se que o desemprego tem crescido mais entre os chefes de família,
por exemplo.
Já o gráfico abaixo mostra a evolução do saldo de postos de trabalho na
economia brasileira, segundo o CAGED.
A carta mostra que a redução nos salários
reais foi pior em setores que exigem menor qualificação. Assim, a queda
generalizada nos rendimentos e na ocupação fizeram que, no trimestre
entre fevereiro e abril de 2016, a massa salarial se situasse em 173
bilhões de reais (em R$ de março de 2016), mesmo patamar de três anos
atrás.
O panorama para o mercado de trabalho – e assim
para os milhões de brasileiros que dependem dele – continua desfavorável,
ainda mais em um governo interino que não mostra ter como prioridade a
renda e o emprego.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário