19 de Set. de 2014 às 07:39
Falta de quórum impede votação de parcelamento
PLENÁRIO FOI ESVAZIADO na hora de votar parcelamento
Um dos principais pontos da pauta de ontem (18) foi o projeto de lei complementar à Lei de Uso e Ocupação do Solo, proposta vista como fundamental pelo Executivo, por facilitar a venda de terrenos públicos da municipalidade. Contudo, a falta de vereadores necessários para a votação fez o Legislativo encerrar a sessão e assim adiar temporariamente a possível aprovação, tendo em vista que a base aliada é maioria na Casa de Leis.
O principal objetivo do Executivo com a proposta era permitir a injeção de R$ 13,3 milhões no recém-criado Fundo de Gestão Patrimonial (FGP) e ter mais poder de fogo para investir em obras públicas.
Apesar de não poder pagar dívidas com o dinheiro da comercialização, a prefeita Dárcy Vera (PSD) disse que aplicaria o recurso em obras públicas, como permite o projeto de criação do fundo. Porém, a proposta prevê algumas brechas que favorecem a Administração, como custear obras, comprar equipamentos e materiais permanentes, além de pagar encargos previdenciários e desapropriações.
Cansado da insistência do Executivo em tentar se desfazer das áreas públicas, Beto Cangussu (PT) disse que pelo comportamento do poder público, fica a impressão de que a própria Administração poderá, em breve, “doar” os terrenos.
A principal intenção da Prefeitura é permitir o pagamento de imóveis alienados à vista ou a prazo, permitindo inclusive financiamentos. Para pagamentos parcelados, fica estabelecido que a tabela de juros seguirá a taxa Selic sobre o saldo remanescente, atualizado mensalmente. A proposta também prevê condições especiais de parcelamento para quem ofertar “entradas” maiores.
O atraso no pagamento por mais de 30 dias implicará na rescisão do Contrato de Promessa de Compra e Venda e na perda do valor caucionado, acrescido de 2% sobre o valor do contrato, a título de multa.Somente um dos terrenos, localizado na Zona Sul, foi avaliado em mais de R$ 3 milhões.
Essa não é a primeira vez que a administração propõe vender terrenos para injetar recursos no Fundo de Gestão Patrimonial. Outro lote de imóveis, composto por sete áreas, também foi colocado à venda entre o final de 2013 e abril deste ano, mas não foram arrematados.
Já em março deste ano, a prefeitura não conseguiu vender por R$ 24,4 milhões outros sete imóveis localizados na Zona Sul, que é uma região nobre de Ribeirão Preto. Foram duas tentativas para comercializar esses mesmos terrenos, mas nenhum comprador apareceu para rematá-los.
“Pelo comportamento do poder público, fica a impressão de que a própria Administração poderá, em breve, doar os terrenos”, disse Cangussu. Já Ricardo Silva (PDT), outro representante da oposição, disse que seria contra caso houvesse votação. “É um absurdo a prefeitura ficar se desfazendo de seus bens e ao mesmo tempo contraindo novas dívidas”, finalizou.
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